Avançar para o conteúdo principal

500 anos de história votados ao abandono

Convento de S. Francisco do Monte, do século XIV, cada vez mais degradado
São mais de quinhentos anos de história ao abandono, de que apenas o mato, a vegetação selvagem e o vandalismo tomam conta. Imagens sagradas já não existem e até as paredes, porque tectos já ninguém os vê há muito, ameaçam ruir. Há décadas que ninguém quer saber do secular Convento de S. Francisco do Monte, em Viana do Castelo, e muitos desconhecem a sua existência. Fica em pleno monte sobranceiro à cidade e o acesso faz-se a pé, num duro caminho de pedra, recheado de memórias de outros tempos.
Após uma tortuosa caminhada de uma hora pela encosta do monte de Santa Luzia, a reportagem do DN encontra o mítico convento, totalmente encoberto pela vegetação e sinalizado cem metros antes por um enorme cruzeiro que avista a cidade. Já o convento só se revela aos curiosos a poucos metros de distância. Fogueiras, garrafas de bebidas alcoólicas, muros e imagens vandalizadas é o cenário vivido há anos pelo convento, que pelo meio foi também palco de imitações de rituais satânicos por grupos de jovens.
Terá sido o primeiro edifício conventual naquela região, e, desde 2002, tem um processo aberto no Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, com vista à sua classificação oficial como monumento de interesse público. Já lá vão oito anos e o processo não avança, até porque o estado de conservação é desolador. "Apresenta-se num lamentável estado de ruína e abandono, embora tenham sido feitos esforços para a sua recuperação", lê-se na observação feita pelo Igespar.
Datado do século XIV, há anos que está votado ao abandono e à espera de uma reabilitação que poderá custar cerca de dez milhões de euros para o transformar num retiro académico. É pelo menos essa a vontade do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), o seu proprietário, que vê numa parceria público-privada a única solução para salvar o que ainda resta do imóvel. Entretanto, o IPVC tem promovido várias pequenas obras de "consolidação de uma fachada", para "evitar que esta desmorone".
A cerca de quatro quilómetros do centro de Viana do Castelo, aquele convento foi o terceiro fundado em Portugal pela Ordem Franciscana. Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas, foi comprado em hasta pública pelo visconde de Carreira, que constituiu no espaço da cerca uma exploração agrícola. A partir da década de 60 do século XX, o espaço entrou em progressivo estado de degradação e, em 1987, o último proprietário, Rui Feijó, doou-o à Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, que em 2001, por 250 mil euros, o vendeu ao IPVC.
O politécnico vianense mantém a possibilidade de transformar o edifício num centro académico e de retiro para pessoas em fase final de doutoramento, numa parceria com privados. "Queremos instalar ali uma casa para reflexão. Já temos um projecto definido, só não temos é hipótese de avançar sozinhos para a obra", disse recentemente Rui Teixeira, presidente do IPVC. Há ainda a garantia da câmara de promover um acesso directo ao convento, já que o actual não passa de um estreito caminho de lajedo, com cerca de um quilómetro de extensão.

Fonte: Jornal Diário de Notícias online 15.09.2010

MAIS VISUALIZADAS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

Trajes tradicionais do concelho de Viana

O Traje de Lavradeira, o Traje de Mordoma, o Traje de Noiva, o Traje de Meia Senhora, Traje de Dó, Traje de Domingar, Traje de Feirar, Traje de Trabalho… são principalmente usados nas diversas festas e romarias que se realizam ao longo do ano, por todo o concelho. É o momento escolhido para se trazer o passado ao presente, vestindo um destes trajes tradicionais.  É durante a realização da Romaria da Senhora d’Agonia que se concentra um maior número de trajes, nomeadamente no Desfile da Mordomia, Cortejo Etnográfico e na Festa do Traje, ocasião para se admirar a beleza e riqueza de todos os detalhes dos tradicionais e coloridos trajes das diferentes freguesias do concelho de Viana do Castelo.  Estes são alguns dos trajes que tive oportunidade de contemplar, durante o Cortejo Histórico-Etnográfico e Desfile de Mordomia das Festas de Viana do Castelo deste ano.

Maior Romaria de Portugal já tem programa

A maior romaria portuguesa apresenta esta quarta-feira o programa oficial de 2024, com nove dias de festa dedicada à Senhora d’Agonia. A edição deste ano da Romaria da Senhora d’Agonia realiza-se de 14 a 22 de agosto, tendo como novidades do programa, a realização do tradicional Desfile da Mordomia, que em 2023 juntou mais de 900 mulheres pelas ruas de Viana do Castelo, no dia 15 de agosto, feriado. Este é um dos quadros mais procurados, na participação e no público para assistir. Pode consultar o programa oficial AQUI .

Pela avenida do Cabedelo, Darque

A avenida do Cabedelo, em Darque, Viana do Castelo, com 628 metros de comprimento é ladeada por duas fileiras com cerca de 140 plátanos de grande porte, cujas copas formam um túnel de verdura encantador. Encontra-se a ser requalificada (melhoria das condições gerais de conforto e de utilização dos peões, a valorização da imagem urbana local, a melhoria das condições de escoamento das águas pluviais, bem como a beneficiação, marcação/sinalização rodoviária da via) num investimento de 615 mil euros.

Bom domingo!

Convite a sentar. O calor convida à praia, mas também a… outras tarefas. Parque Ecológico Urbano de Viana do Castelo. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), para este domingo está prevista uma temperatura máxima de 25° em Viana do Castelo.

O serpentear dos passadiços da ecovia em Carreço

Percorrer a pé ou de bicicleta este troço da Ecovia Litoral Norte (constituído por piso em terra batida, pavimento betonado e passadiços de madeira) em Carreço, Viana do Castelo, permite-nos ter sempre uma agradável paisagem enquanto passeamos. De um lado temos a companhia do mar, do lado de terra estende-se a veiga de Carreço e o casario, acompanhados pela Serra de Santa Luzia. A brisa no rosto ou o cheiro fresco da maresia a acompanhar-nos, são sensações únicas que podemos disfrutar enquanto passeamos ao longo do litoral vianense. Uma nota negativa, infelizmente, o vandalismo já passou por aqui. Fotografias captadas ontem, véspera de Natal.